Ouvi muitas
vozes e várias orientações (diretas e indiretas), que me conduziram e ainda me
guiam nas escolhas dentro do universo artístico. E lembrando os passos dados,
relembro também das/os protagonistas que fizeram a história das Artes em Goiás.
Estado, lugar que me despertou para essa difícil e conflituosa possibilidade,
repleta de segredos e encantos, que deu sentido especial à minha vida.
Posso dizer que sou artista não porque já me
considero pronto ou por ter alcançado alguns voos. Sou artista porque estou num
estado compulsivo. Não consigo deixar de fazer, de pensar, e de falar sobre
arte.
Minha inserção artística se iniciou pelo campo pictórico.
As cores me encantavam, me afetam até hoje. Talvez os temas tenham sido apenas
pretexto para usar as cores. E se antes elas apenas “coloriam”, hoje ao
serem metaforizadas, deslocadas dão sentido ao trabalho. As cores são
conceitos, são ideias que alimentam um pensamento pictórico de símbolos
culturais na minha produção.
De onde venho
Tantos e tantas são aqueles/as que em épocas
diferentes, e com trabalhos diversos foram e são importantes para mim. Artistas
que de alguma forma tornaram meu caminho menos tortuoso, amenizaram os
obstáculos, foram valentes.
Isso não significa que outras pedras não precisam
ser removidas, porque cada período é como uma encruzilhada, com novos desafios.
Mesmo assim, acredito no quanto a memória faz parte do que sou, por isso
destaco estas referências.
“Quando não souberes
para onde ir, olha para trás e saiba pelo menos de onde vens”. Provérbio
africano
Tradição, rupturas,
inserção de novos valores e movimentos
Nos anos de 1970, o escultor alemão Gustav Ritter e
o pintor italiano Nazareno Confaloni trouxeram para Goiás a experiência das
vanguardas artísticas. Seus trabalhos em escultura, pintura e gravura
valorizavam o homem e as paisagens locais.
Alguns eventos foram significativos para o
despertar das artes no Estado, como a I Bienal de Artes Plásticas de Goiás, que
culminou na participação de goianos na XI Bienal Internacional de São Paulo.
Tais iniciativas geraram um ciclo produtivo com
diversos “frutos”, como a criação do Museu de Arte de Goiânia, o curso de Artes
Plásticas na Universidade Federal de Goiás e o Concurso Nacional de Artes
Plásticas da Caixego. Também como parte deste novo cenário, tem-se a atuação da
marchand Célia Câmara, na valorização da arte produzida em Goiás e no surgimento de novos
artistas e no reconhecimento daqueles que até então eram desconhecidos. Todo
esse trabalho elevou o Estado para além do Paranaíba.
Não se trata de um panorama histórico, nem de uma
pesquisa acadêmica sobre a Arte Goiana, mas sim a tentativa de pontuar artistas
e trabalhos que considero relevantes. Logo, citar nomes é um risco, mas também
não fazê-lo é se omitir.
Dalton Paula
2ª Gemelar
Óleo sobre
tela
50 x 60 cm
2008
Dalton Paula
Comunhão
Óleo sobre
tela e folhas de prata
70 x 90 cm
2009
Foto:
François Calil
Reisado
Óleo sobre
tela
70 x 90 cm
2009
Foto:
François Calil
A Farmácia
Óleo sobre tela
80 x 120 cm
2009
Foto:
François Calil
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